À mesma medida em que o mundo se moderniza, aumenta o risco de sermos vítimas de golpes. Saiba como se proteger.
O Pix é um sistema de pagamentos instantâneos gratuito que modernizou o modo como efetuamos pagamentos. Ocorre que, algumas pessoas viram nessa facilidade tecnológica, uma oportunidade de aplicar golpes. Pensando na sua proteção, esse artigo foi elaborado com o propósito de alertar para esse risco, trazendo algumas dicas importantes sobre como se proteger de fraudes e o que fazer caso seja vítima delas.
Sobre o Pix
O Pix é um meio de pagamento instantâneo, ou seja, ele possibilita a realização de transferências de uma conta para outra em até dez segundos, a qualquer horário, todos os dias.
Além de transferir e receber dinheiro, você pode fazer compras pagando com Pix, realizar pagamentos de contas (de luz, água, celular etc.) e até impostos, como o Simples Nacional.
Essa ferramenta pode ser usada por pessoas físicas e jurídicas (empresas), inclusive MEI (microempreendedor individual) e não há limite de transações.
É seguro usar o Pix?
O Pix conta com a mesma segurança do TED e do DOC, todas as informações pessoais utilizadas nas transações estão protegidas pelo sigilo bancário. Todas essas ferramentas possuem camadas de identificação, autenticação e criptografia. Além disso, o Pix também conta com a segurança dos apps dos bancos, como a senha e a biometria.
Assim, podemos afirmar que o Pix é seguro!
Ocorre que, as fraudes no Brasil, sempre existiram e foram um problema para todos os meios de pagamento.
Tipos de golpes com o Pix
Abaixo elenco alguns exemplos mais comuns de golpes aplicados no Brasil.
– O perfil falso no WhatsApp, em que os fraudadores, por meio de redes sociais, coletam fotos e aprendem sobre os círculos de relacionamentos das vítimas, visando criar um perfil falso para entrar em contato com os conhecidos destes usuários, alegando uma troca de número e suposta emergência, pedindo uma transferência via Pix;
– O roubo de dados por meio de mensagens, que ocorre quando o usuário é levado a clicar em links suspeitos recebidos via SMS, WhatsApp, e outros aplicativos. Com isso, o fraudador consegue acessar as credenciais de acesso da vítima, possibilitando a invasão da conta bancária e o uso dos recursos por meio do Pix; e
– A falsa central de atendimento, em que o golpista faz contato com a vítima e se identifica como funcionário do banco ou empresa em que a vítima é cliente. Nesse contato, com o pretexto de oferecer ajuda, o golpista solicita as credenciais necessárias para acessar a conta do cliente e subtrair seus recursos por meio do Pix.
Vale ressaltar que nos golpes envolvendo o Pix, os fraudadores se utilizam de artifícios para induzir as pessoas a compartilharem informações de seus dados cadastrais e credenciais financeiras, sem que percebam a armadilha. Tais artifícios são conhecidos de forma técnica como ‘Engenharia Social’, uma vez que tiram proveito dos comportamentos dos indivíduos, e não de falhas estruturais da ferramenta de pagamento.
Como proteger os meus dados bancários?
Fique atento e adote os seguintes cuidados para garantir a segurança na utilização do Pix:
– Não clique em links suspeitos recebidos por SMS, e-mail e demais redes sociais;
– Sempre verifique a autenticidade de endereços visitados na internet, bem como considere com especial cuidado os links que solicitem sincronização, atualização, manutenção de token, aplicativo ou cadastro;
– Se receber uma chamada ou mensagem de algum familiar ou amigo que “trocou” de número e precisa de dinheiro com urgência, entre em contato com seu conhecido por outro meio de comunicação ou com familiares da pessoa para confirmar os fatos.
– Estabeleça um limite de valor do Pix, tanto para uma transação isolada, quanto para o período de um dia. Isso é feito no próprio aplicativo da instituição bancária.
– Tenha um cuidado redobrado ao verificar os dados da transação: veja se a chave Pix bate com os dados do usuário ou da empresa destinatária do pagamento.
Ressalto que dados cadastrais e credenciais de clientes jamais são solicitados por iniciativa das instituições que oferecem serviços de pagamento, além de que atendentes dessas instituições não fazem testes com o Pix.
Em caso de dúvidas, entre em contato com os serviços de atendimento das instituições com as quais tem relação por meio dos canais de atendimento oficiais.
Fui vítima do golpe do Pix, e agora?
O Banco Central recebeu diversos relatos de golpes envolvendo o PIX e em novembro de 2021, a instituição criou um sistema de devolução de valores de transações realizadas de forma fraudulenta.
Se você foi vítima de um crime deste tipo, saiba como solicitar o valor de volta.
Se por um descuido ou falta de conhecimento, você for vítima em um golpe relacionado ao Pix, veja como proceder:
Entre em contato imediatamente com o seu banco, pelo telefone ou aplicativo, informando o suposto golpe. Durante a análise da ocorrência, o PIX da conta em questão fica bloqueado, e se constatada a fraude, o valor será devolvido (parcial ou integralmente, de acordo com o saldo da conta no momento do bloqueio). Além disso, a instituição financeira poderá efetuar uma marcação da chave Pix, da conta e do usuário de destino do dinheiro, no intuito de evitar novos casos de golpes, reduzindo o risco para todos os usuários;
Registre um Boletim de Ocorrência.
Mandei um Pix para a pessoa errada, o que fazer?
No próprio aplicativo, é possível acessar um botão de devolução. Se você fez um Pix errado, veja os dados da pessoa que recebeu e entre em contato, a forma mais simples é conversar de forma amigável e solicitar que a operação seja desfeita por meio deste dispositivo.
Caso você não consiga contato com quem recebeu a transferência indevidamente, será necessário contatar o banco para comunicar um erro e a necessidade do estorno. Assim, a instituição financeira se encarregará de entrar em contato com a pessoa titular da conta que recebeu a transferência indevida, para solicitar a devolução dos valores recebidos.
Ainda, caso o titular da conta que recebeu o dinheiro indevidamente se negue a devolver o valor, ele estará cometendo um crime de apropriação indébita, conforme consta no artigo 169 do Código Penal.
Logo, caso a pessoa se negue a devolver o valor recebido poderá sofrer uma ação de natureza criminal e cível e, além de restituir o valor será possível solicitar uma indenização por danos morais.
Por fim, cabe ressaltar que a tecnologia é maravilhosa e veio para facilitar a nossa vida, ela não deve ser temida, mas desfrutada com cautela!